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quinta-feira

Casamento: modelos e experiências.Rita Foelker

Casamento: modelos e experiências

Rita Foelker



A decisão de construir uma vida a dois, que se torna a três e a quatro... essa decisão muitas vezes tomada com base no sentimento considerado como sendo amor pode parecer, com o correr dos anos, precipitada e equivocada. O fluir dos dias nos encontra diferentes a cada momento: ora bem, ora mau-humorados; ora pacientes, ora intolerantes; ora empregados, ora desempregados e isto não se parece com a plenitude do amor que imaginamos para nós, especialmente vindo da parte do parceiro idealizado.

Temos um jeito pessoal de ser, assim como o outro tem o seu, mas nem sempre estamos preparados para viver com isto. Sonhamos com pessoas que possuem determinadas qualidades, e nem sempre é fácil encarar a realidade quando não são bem assim ou, pelo menos, não no grau que esperávamos.

Todos temos características que não agradam a outra pessoa e que, para ela, são defeitos. Assim também com o outro, em relação a nós. Como dificilmente encontramos o par perfeito, a questão é analisar o quanto estamos dispostos a conviver com os “defeitos” do outro, sem cobranças, sem recriminações, mas falando a respeito de nossa dificuldade em aceitá-los e buscando sempre soluções em mútuo acordo. As intenções de composição e de reconciliação podem ser demonstrativas do afeto verdadeiro que sustenta as uniões duradouras.

Para tanto, é preciso aprender a dialogar sem culpar ninguém e, muito menos, o casamento — que é somente aquilo que as pessoas fazem dele e, não, uma instituição fixa em que nos forçamos a caber. Há tantos modelos de casamentos, quanto há casais casados. O nosso, como será? Como queremos que seja? Até quando queremos que continue? São perguntas que precisamos responder.

Imponderável, indefinível, o abstrato amor se traduz em ações muito concretas, sejam gestos, doações, escolhas ou atitudes. Estamos prontos para eles?

Mesmo que a vida não seja um “mar de rosas”, mesmo assim, quando ainda existe respeito e alguns momentos de alegria em comum, quando há perseverança e disposição de compreender, vemos os dias seguirem com o fortalecimento dos laços que unem o casal.

Nas atitudes do dia-a-dia é que se constroem e se solidificam relacionamentos. Sentimento que não se traduz em atos não pode alcançar o outro e, se nossos atos denotam mais ressentimento e indiferença que afeição — como prosseguir?

Nas expressões das características individuais de cada parceiro é que se forma uma experiência única de vida a dois. Isto não é ensinado, nem pode ser passado de mãe para filha ou de pai para filho; não há manual de instruções, é preciso dar o primeiro passo e empenhar-se em descobrir o caminho do prazer, do entendimento e da felicidade conjugal.

As pessoas procuram modelos de relacionamentos (leia-se também casamento), os quais não existem.

O que existem são experiências de relacionamentos, o que existe são coisas que funcionam e outras que não funcionam, para cada casal.

Um dado facilmente observável é a freqüência com que as relações terminam porque o casal continua insistindo em atitudes, gestos e falas que não funcionam mais, ou que de fato nunca funcionaram.

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