FAMÍLIA, VIDA E MISSÃO

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sexta-feira

Maximiliano Maria Kolbe

Maximiliano Maria Kolbe
o mártir da caridade

por Ernesto Arosio

o campo de concentração de Auschwitz, dez homens são apontados para morrer de fome devido à fuga de um prisioneiro. Um deles, Franz Gajownicyek, se desespera e um outro prisioneiro se oferece para morrer em seu lugar. Era pe. Kolbe, canonizado em 10 de outubro 1982 e declarado mártir da caridade. "Entregou a si mesmo à morte. Num mundo de ódio, ele conseguiu a vitória mais difícil e a maior: a do amor que perdoa", disse João Paulo II.

Raimundo Kolbe, mais conhecido como Maximiliano, nasceu em 1894, na Polônia, de família pobre, mas profundamente religiosa. Tornou-se franciscano conventual em 1914. Em 1917, estando em Roma para os estudos de teologia, presencia uma manifestação provocativa da maçonaria romana e funda a Milícia da Imaculada, como reação ao anticlericalismo e manifestando sua profunda devoção a Maria. Essa iniciativa, futuramente, seria uma grande obra mariana, com a fundação da Niepokalanow ou Cidade da Imaculada, em 1927, um centro de difusão da devoção mariana, perto de Varsóvia, capital da Polônia.

Ainda em Roma, é acometido por uma grave doença que quase o leva à morte, mas, milagrosamente, vê-se curado e atribui sua cura à Nossa Senhora Imaculada. Em 1930, transfere-se para o Japão, a fim de fundar a mesma obra e difundir, num país onde o catolicismo estava quase completamente desconhecido, a devoção a Maria. Anos difíceis e de pobreza, mas pe. Kolbe consegue construir, em Nagasaki, mais uma Cidade da Imaculada, com a difusão de mais de cem mil cópias do seu boletim. Em 1936, retorna à Polônia.

O martírio

Em setembro de 1939, a Alemanha nazista invadiu a Polônia. Em 1941, começou a invasão da Rússia por parte do exército alemão e a Polônia se tornou uma "terra de escravos", conforme a ordem de Hitler. Os judeus foram caçados e enviados aos campos de eliminação e, junto, foram perseguidos intelectuais e lideranças polonesas que podiam criar uma resistência ao nazismo. Pe. Kolbe e mais cinco colegas franciscanos foram levados pela Gestapo, polícia política do nazismo, e enviados para trabalhos forçados em Auschwitz.

No dia 14 de agosto de 1941, Maximiliano se ofereceu para salvar a vida de um companheiro do campo. Trancado com outros dez numa cela para morrer de fome, após dez dias passados em oração, ainda foi encontrado com vida pelos carcereiros que o mataram com uma injeção de ácido fênico. Seu corpo foi cremado e suas cinzas espalhadas pelo campo, misturando-se às cinzas de quase três milhões de outras vítimas do ódio nazista contra a humanidade. Foi o mártir do amor, no oceano de ódio que invadiu a sociedade humana.

Num texto anterior à sua morte, pe Kolbe tinha escrito quase uma profecia: "Desejo ser pó para a glória da Imaculada e de Deus. Possa o vento levar este pó para o mundo afora, a fim que nada permaneça de mim. Assim, o sacrifício para Maria Imaculada será completo". Também já tinha escrito: "Somente com o sofrimento se aprende verdadeiramente o amor. Com o sofrimento e a perseguição, não somente seremos santos, mas levaremos também os nossos perseguidores a Deus".

O comandante de Auschwitz, coronel Rudolf Hoess, preso e condenado à morte pelo tribunal de Nuremberg, converteu-se alguns dias antes de sua morte, e deixou escrito para seus familiares: "Foi uma luta terrível, mas reencontrei a fé no meu Deus". Humanamente falando, a obra e a pessoa de pe. Kolbe tinham desaparecido: a cidade da Imaculada fora arrasada pela fúria nazista e seu corpo virou cinzas. Hoje, a Milícia da Imaculada continua se difundindo pelo mundo a serviço da caridade, especialmente através da mídia impressa, rádio e Tv, e a caridade de pe. Kolbe se torna um exemplo de vida nestes tempos conturbados, onde, infelizmente, o egoísmo e a violência marcam a convivência entre as pessoas.

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